sábado, 12 de fevereiro de 2011

20º capítulo – todo mundo espera alguma coisa...

Catherine

        Para pensativa. Sorri. Se sente quase voar. Algo que poucas vezes sentiu. Algo que em seu peito, nunca permitiu. Parecia que a presença da Alicia estava penetrando em sua mente e alma. Ela que é artista parece que nesse momento encontrou a sua musa, a sua inspiração.

        Ela sorri de contente. De feliz. Ah! O nome disso já é um eterno aumentativo: paixão. Enquanto o amor é o ar (sempre precisamos deste para viver), a paixão é a ventania. Bagunça seus cabelos, enche seus olhos de cisco, até lhe desorienta. Às vezes pode até virar um furacão e lhe levar tudo. E, no fim, você perceberá que mesmo com tanto movimento do ar, você não parou de respirar.

        São duas almas artísticas, diferentes, que se esbarram. Cat é mais rock n’ roll ao som de Led Zeppelin. Alicia é o fino da bossa. É o som refinado e encantador de Tom Jobim. É impossível não ser apaixonar por um dos dois.

        O encontro dessas duas moças tem ar de graça de contentamento. Coração disparado e mãos úmidas. Cat, que sempre fugiu deste sentido diferente, agora o sente feito flor. Se vicia nos pensamentos e desejos enlouquecidos. Sempre foi corpo agora é tão alma.

        Estava se sentindo cada vez mais próxima de tudo, que se distanciava desde que era adolescente. Desde que tinha sofrido por amor e por amar alguém que lhe foi proibida. Um amor que a fez ter que sair de casa e de cidade. Aprender a ser sozinha. Ser solitária. Ser até rude. Amar é um verbo com vários outros verbos embutidos. Mas também é um sentimento.

        Catherine não estava ainda amando uma pessoa, e sim uma idéia de amar. Ela mal conhece Alicia. Apenas a beijou. Como amar o que nem sabe o que é? Lógico que Cat já havia pensado nisso, mas a razão dela parecia ter fugido, sumido. Ela entrava a cada pensamento, mais no labirinto daquela paixão com sabor de sorvete de flocos.

        Estava, ali, escalando a barreira entre a vida de ter todas e ninguém para cair no caminho monogâmico sentimental. Subia uma escada para o paraíso. Se sentindo como um super-herói de sua própria existência. Se salvando na ultima hora. Se carregando nos braços.

        A música, sua paixão de vida, parecia ainda melhor com tanto universo em seu peito. Universo feminino. Um universo com uma grande estrela chamada de Alicia.

         O tempo estava passando. A noite já estava querendo piscar seus olhos. Cat se sentia mais preparada e nervosa do que em qualquer outra ocasião. Respirava fundo diversas vezes. Abria e fechava a geladeira, para pensar, a cada minuto. Pensou até em beber, mas desistiu. Queria estar sóbria, pelo menos naquela noite.


        - E a hora não passa.

        A ansiedade ia devorando as mãos de Cat. A vontade do perfeito ia complementando sua mente povoada pela artista plástica. Decidiu que iria cantar uma música para seu estranho amor. Bom, qual? “Beija eu” da Marisa Monte? “Você é linda” do Caetano Veloso? Na hora sai logo com o coração, desde que não seja brega.

       
        Cat foi tomar banho e se arrumar. No seu jeito, estava lindíssima. O cabelo levemente arrepiado com gel, para dar um ar mais moderno. Uma camisa que teve suas mangas rasgadas. Uma jaqueta por cima e uma boa e velha calça jeans. Sem maquiagem. Agora é só esperar sua princesa encantada chegar. A saudade já apertava sua garganta.


***

Alicia

        Seu rosto tinha um sorriso malicioso. Em sua pele uma forma de felina sagaz. Uma tigresa insaciável. Vendo as horas correndo como as ondas do mar, que ela via da vista de seu apartamento. Sentindo a brisa que tocava em sua pele. Adorava seu lar de frente para o mar. Aquele lugar mágico. Respirava a vida todos os dias. Via crianças brincar na areia. Senhores e senhoras fazendo suas caminhadas pelo calçadão. E os jovens e suas conversas e flertes.

        Hoje ela tinha apenas um plano: ser de Catherine. O resto não importava. Ela não tinha nenhum plano B. E para que o teria? Tudo certo. Tinha que estar linda, o que não era difícil para Alicia. Mesmo se vestisse de roupa feito de papel de pão, ainda brilharia em qualquer local que ela fosse. Sempre chama atenção com sua beleza. Ela decidiu que iria com um vestidinho. Mas não era hora de se vestir. Era apenas esperar o tempo passar pela janela de seu apartamento.

        Al, acabando de sair do banho, viu a irmã ali admirando a paisagem. E ainda a ouviu suspirar.

        - Alguém está apaixonada?

        - Hoje não é paixão. É apenas desejo. Curiosidade. Vontade.

        - Você ficou corna e mudou. Você era mais boazinha, romântica. Influencia da irmãzinha aqui?

        - Não. Vontade de deixar meus instintos tomarem conta de mim. Apenas isso.

        - Vai sair hoje?

        - Vou.

        - Também. De verdade vou viajar com uma galera lá para Cabo Frio. Quer ir?

        - Não. Vou para a Lapa.

        - Hummm… Nunca te imaginei lá. Você é tão burguesinha. Vai lá ver alguém?

        - Vou com a Cat.

        - Entendi os suspiros. Vai dar pra ela, não é?

        - Vou sim. Estou ansiosa.

        - Vai fundo, irmãzinha. Depois me conta como foi.

        - Pode deixar. E você me conte tudo de Cabo Frio. Quem sabe um eu dia vá com você e a sua galera.

        - Adoro que muita mulher vai adorar você com a gente. Todo mundo quer que eu te coloque na fita.

        - Esse povo é bobo.

        - Por que você acha isso?

        - Qual motivo tanta gente pede isso para você?

        - Você é linda. Quer motivo maior?

        - Sou normal.

        - Normal? Você? Você sabe que é linda. Fica fazendo tipo, mas você sabe que é e usa bem isso.

        - Sim. Ando me sentindo uma gata mesmo.

        - Cuidado com essas garras. Pode ferir alguém, gatinha.

        - A idéia é essa.

        - É, mulheres, apertem os cintos. Alicia está de garras de fora.

        - E sempre estarei.

        - Vou lá me vestir. Depois te dou um beijinho antes de sair.

        - Tudo bem. Vou te esperar.

        Depois que Al se vestiu, beijou sua irmã e saiu de mochila nas costas. Alicia resolveu ficar mais a vontade. E ficou nua. Dançando feito uma menina de dois anos. Contente. Aproveitando seu corpo solto. Em uma felicidade que parecia que nunca iria embora. E resolve ir tomar banho. Já era sete e meia da noite. Tomou seu banho demorado com sabonete liquido. Lavou cada pedacinho de sua pele com muita espuma. Liberando de vez sua libido. Ela sai de toalha e escuta a campainha. Vai abrir assim, de toalha. Pensou que pudesse ser sua irmã que esqueceu alguma coisa. E abre a porta.

        - Esqueceu o que Al… … … … Vanessa?

        - Só de toalha? Acho que cheguei na hora certa.

        - Eu tenho que sair.

        - Não vai sair. Pelo menos até eu matar minha saudade.

        - Você é louca.

        - Louca por esse seu corpo lindo.

        - Você tem namorado.

        - Sim, um namorado. Homem. Sinto falta de você, mulher.

        - Então, porque terminou comigo?

        - Precisei, mas isso não diminui meu desejo por você.

        Vanessa fecha a porta com o pé e leva Alicia até o sofá. Esta não consegue se defender das investidas da ex-namorada. E acaba por se entregar. Agora são oito e meia da noite.

***

Bruna

        Quando ela volta já é inicio da noite. Com o cabelo impecável. Mas precisa tomar outro banho. Nossa, tomou banho pela manhã e quando foi para o salão de beleza, já à tarde, estava tão quente, que ficou molhada de suor. Conversou muito. Fofocou demais. O ambiente perfeito.

        Quando ainda estava no banho, seu amigo chega a sua casa para buscá-la. A mãe bateu na porta do banheiro para avisar. A jovem estudante grita:

        - Avisa a ele que só cinco minutinhos e estarei pronta.

        Vocês acreditaram nisso? Cinco minutos é sempre o tempo marcado para algumas horas, no relógio biológico feminino. Não é porque ela é lésbica, que não deixa de ter esta marca registrada tão feminina. Se perder no tempo quando quer ter o tempo todo só para si. É como se duas horas estivessem dentro de 5 minutos.

        Ela ensaboa cada parte de seu corpo com toda delicadeza do universo. E com muito cuidado para que nenhuma gota d’água entre em sua touca e estrague seu cabelo. Seria o caos. Fazendo o sábado um dia perfeito para ver televisão e tomar sorvete.

        Ao sair do banho, se enrola na toalha, tira a touca bem devagar, para não pingar. Sai do banheiro e grita:

        - Rô, espera só mais um pouquinho. Só vou me vestir. Só cinco minutinhos.

       
        Rodrigo estava lá na sala. Os pais da sua amiga já o conheciam. Estavam conversando. Sorrindo. Contando piadas.

Pai:   - Esses cinco minutos femininos me lembram quando era adolescente e minha mãe me chamava cedo para ir para escola e eu falava para ela esperar cinco minutos. Eles nunca são reais.

Mãe: - Sei. Mas nem todas as mulheres são assim. Eu me arrumo mais rápida do que você. E você, Rodrigo, se arruma rápido ou devagar?

Rô:   - Depende da necessidade. O que eu vou fazer no banho.

Pai:   - Sei. O famoso cinco contra um, não é? Daí demora mesmo.

Rô:   - Bem por aí. (diz todo envergonhado)

Mãe: - Não fique envergonhado. Aqui falamos tudo abertamente. Achei até estranho minha filha demorar a admitir para nós que ela é homossexual.

David:- Mãe, é que toda acha isso ruim. Briga, coloca para fora de casa, às vezes.

Mãe: - Eu não sou toda mãe. Eu quero ser sempre amiga de vocês. E uma coisa, Rodrigo, você e minha filha vão sair juntos pra pegar mulher? Acho tão engraçado você aqui a esperando.

Enquanto isso, Bruna fica vendo se realmente vai se vestir com aquela roupa que escolheu mais cedo. Podia ir mais feminina, ou mais masculina. Ir com uma camisa de caveira, bem típico de lésbica. Ela tira quase todas as roupas do armário. Se veste de todas as formas até escolher 4 modelos. E resolve deixar que todos na sala escolham.

Ela se veste com o primeiro. Camisa de botão, saia e gravatinha. A mãe acha que ela parece uma personagem de revista japonesa. David ri. Rodrigo fala que está perfeita. E o Pai resolve se ausentar da resposta, pois estava com a boca cheia de pizza.

Veste o segundo, uma calça colada ao corpo, uma sandália com um salto pequeno, uma blusa sem manga e um chapéu negro. A mãe acha que ela ficou linda. Rodrigo diz novamente que está perfeita. O David diz que ela parece uma menininha. E o pai se engasga com a pizza.

Veste o terceiro, um short curto, uma regata, uma bandana, que deixa os cachos de fora e um all star. O Rodrigo novamente diz que está perfeita. A mãe diz que é melhor até agora. O irmão diz para ela tirar a bandana dele e o pai toma um gole de suco.

Por ultimo ela coloca um vestido curto, sandália rasteira, uma blusinha por cima para evitar alguns ventos frios daquele inverno. O pai fala que está linda. A mãe fala que ela vai sentir frio. O irmão diz que os caras vão cair em cima. E o Rodrigo fala que está perfeita.

Ela acaba indo com uma calça jeans, tênis all star, camisa de caveira e uma jaqueta por cima, ou seja, nenhum dos outros modelitos.


***

Monise

Monise resolveu nesse sábado fazer algo que há cerca de dois anos ela não fazia. Andar de skate. Olhou debaixo de sua cama e estava lá, empoeirado, com o rolamento seco, os truks (eixo do skate) estavam bem arranhados por antigas manobras e o nose (parte da frente) estava um pouco gasta. Estava aposentado. Tantas vezes ela pensou em vender, jogar fora, doar, dar para algum amigo da época do skate, mas o manteve ali sempre debaixo da cama. Talvez, algo dentro dela, esperava por esse dia. O dia do fim da aposentadoria.

Outro detalhe que ela reparou é que tanto o shape, tanto seu velho tênis estavam completamente fora de moda. Era necessário um novo tênis, uma graxa no rolamento e coragem para sair de casa e ir para o Aterro do Flamengo. Tem uma pista lá, onde sempre gostou de frequentar.

A menina sai de sua cama onde esteve a manhã inteira, sem querer tomar café nem nada. Mas resolve agora sair daquele presídio domiciliar onde se impôs. Tomou um banho. Colocou uma camisa regata preta, uma calça jeans levemente agarrada em suas cochas, meia soquete, seu velho tênis de andar de skate, apertado, sujo, estragado e preste a ser arremessado, boné, mp3 no ouvido. Tomou um copo de suco e um sanduíche com resto de frango do almoço e queijo. Deu um beijo nos pais, que a acharam estranha e perguntaram aonde a jovem iria.

- Vou lá ao Aterro andar de skate. Podem me dar uma grana para a água e para comprar um tênis novo? Este está me apertando os dedos.

- Quer que eu vá com você?

- E atrapalhar o seu descanso, mãe? Nunca. Hoje é o seu dia de não fazer nada. Trabalha todos os dias da semana. Sábado e domingo é dia de você e do pai relaxar. Pode deixar que eu sei chegar lá. Só quero a grana do tênis, porque está foda.

- Nem quer que vamos buscar você, vai que fique até tarde na pista. Eu vou levar o meu celular. Quando quis ir embora, se estiver tarde ligo para vocês.

- Quanto é o tênis?

- Não sei.

- Melhor ir com você até a loja. Compro e depois você vai.

- Pode ser. Primeiro preciso passar uma graxa aqui no rolamento. Está muito seco.

- Pega o meu no armário na minha mala de ferramentas. Tem a graxa do seu “velho” aqui.

- Vou pegar então.

A menina pega a graxa, passa no rolamento. Pronto, bem melhor. Parece andar macio, mesmo após tantos anos. E a vontade. O frio na barriga. Estava tudo ali. Como se toda aquela vida de dois anos atrás estivesse batendo em sua porta.

Ela sai com o pai pela a porta do apartamento. A menina faz ali, no corredor de seu prédio, um Fakie 360 Flip, que consiste nela estar na base contraria e saltar e o skate girar embaixo de seus pés. Seu pai leva um susto com a ousadia de sua filha. Pensa em repreendê-la, porém, faz tanto tempo que não a vê animada. Suas palavras de “não faça isso aqui” se calara e apenas aplaudiu Monise. A menina sorriu e falou:

- Viu papai, eu ainda sou capaz de fazer isso. Ainda sou capaz.

A mãe que estava na porta do apartamento deixou os olhos cheios de lágrimas ao ver, que a filha, após dois anos, estava feliz. E não importa o que ela faça, a felicidade daquela moça é a coisa mais importante para aquela mãe que havia perdido todas as esperanças de ouvir aquela risada.

Ela foi até a loja. Escolheu o tênis de skatista da moda, com orientação da atendente da loja. O pai pagou. Ela pegou o tênis antigo pelo o cadarço e quando chegou à rua arremessou, quase acertou um carro. Um menino de rua correu, pegou, colocou no pé e saiu correndo com ele.

Ela dá um beijo e um abraço no pai e sai de skate. Ia andar só alguns bairros vendo o mar. Iria demorar, mas queria, precisava ficar sozinha. Só ela, o mar e o skate. E a trilha sonora em seu mp3. ela se sentia livre, bela, solta.

        Um tempo depois ela chega ao Aterro do Flamengo. Encontra uma galera que ela não conhecia. Os meninos que estava aprendendo a andar. Uns mais profissionais. E outros mais medianos como ela. Quis impressionar um pouco. Resolveu andar na pista inteira. E depois tentar fazer umas manobras.

        A primeira tentativa era fazer um Fake, que era fazer a manobra de costa e descer de costa. Depois foi para o corrimão. Fez o Nose Grid, na qual ela deslizou sobre o corrimão com a parte da frente do skate e por ultimo, ainda no corrimão um 50-50, onde desliza com a parte do meio do skate.

        Com isso ela chama a atenção, principalmente dos “feras” que ali estavam. Uma menina bonita, andando de skate, sempre é interessante. Eles se aproximam e começam a puxar conversa. Ela fala que andava há dois anos atrás, porém, se aposentou por motivos particulares e agora está voltando. A elogiam e começam a querer ensinar a menina umas novas táticas.

        Ela passa a tarde inteira na pista com os novos amigos. O seu pai liga para saber se já está na hora de buscar e diz que pode, pois já está cansada, não conseguiria voltar andando. Ele chega, ela se despede dos amigos, entra no carro e vai embora. Se sentindo feliz como há dois anos atrás.

***

Luciana

            Chegou de sua corrida suada. Entrou no banho gelado. Depois sai sorrindo, sempre. Pensando o que será desse fim de semana. Ela não tem nada agendado. Não sabe de festa nenhuma. Está quieta em seu canto a espera do improvável ligar para o seu celular, tocar a sua campainha ou lhe socar a cara.

            Hoje não quer se preocupar com nada. Deixar a mente livre e se sentir solta. Pode fazer nada de produtivo. Até mesmo ver algum programa humorístico sem grana nessa noite. Pode alugar uns dez DVDs e passar o dia inteiro assistindo e comendo uma panela de brigadeiro. Ou pode sair e nadar nua à noite. Pode sair para o cinema com o Gustavo. Ir para uma balada com a Bárbara. Qualquer coisa. Apenas quer ser feliz, como sempre é. Sem preocupações. E se alguma aparecer, manda ela se fuder.

            Luciana almoça com os pais. Um almoço chato. O pai no telefone falando de negócios com um empregado do mesmo escritório dele. A mãe ligando e marcando cabeleleiro, manicure, pedicure em um salão de beleza, e ainda querendo convencer a Lu de ir junto. A atleta negou, falando que salão de beleza é um lugar muito chato e que não quer morrer de tédio ou com o veneno das cobras locais.

            Os pais saíram. Ela está sozinha em casa. Um tédio gigantesco. Joga-se na cama pensando o que fazer. E ao mesmo tempo sem fazer nada. Ela liga o computador, coloca umas musicas e fica dançando vestida de calcinha e regata. Seu vizinho tarado do prédio vizinho fica a olhando de binóculo.

            Ela rebola e samba. Sabe que tem um intrometido, mas adora deixar esses rapazes que perdem o tempo olhando o corpo dos outros, no lugar de ter uma mulher de verdade. Eles ficam de pau duro, babando. Quem não ri com o desejo alheio? Ela um pouco depois, fez de conta q ia tirar a regata e ficar apenas de top. O rapaz estava só de cueca. Ela resolve tirar. O menino pira. Ela vai para a janela e faz de conta que vai tirar o sutiã, olha para o rapaz com o binóculo que ela tem, dá uma risadinha, um sinal de ok e fecha a cortina.

            Seu celular enfim toca. Era Babi querendo saber qual seria a boa do dia.

            - Se você descobrir, me avise. Hoje estou em um tédio gigantesco.

            - Então somos duas. Não tem nada de interessante para fazer.

            - Ter, com certeza deve ter. Moramos no Rio de Janeiro e hoje é sábado, porém, já fizemos tudo. Acaba que tudo fica chato.

            - Quando estivermos na faculdade nossa vida não fará mais sentido. Já nos divertimos de todas as formas.

            - Tem outras coisas que ainda não fizemos, porém, não quero fazer hoje.

            - Como o que?

            - Participar de uma suruba.

            - A gente podia, né?

            - Hoje não. Eu ainda sou menor de idade. E hoje não estou disposta. Essa semana eu dei demais. A minha buceta está até ardida. Prefiro fazer nada.

            - Deu tanto assim para quem?

            - Para quem mais? Para a Julia e para o Gustavo. É complicado esse negocio de ter amante fixa.

            - Era mais fácil você continuar só pegando às vezes.

            - Muito mais fácil. Hoje não quero sexo. Vem pra cá para casa. Vamos, sei lá, fazer cachorro quente, bolo, brigadeiro, assistir dez mil filmes.

            - Pode ser. Quais filmes?

            - Sei lá, vamos à locadora alugar alguns.

            - Valeu. Estou indo pra aí.

            - Beijos então.

            Um tempo depois Bárbara chega à casa de Luciana e elas vão até a locadora, pegam cinco filmes. Depois as duas vão ao supermercado comprar leite condensado, chocolate, salsicha, pão de cachorro-quente, refrigerante. Cozinham e vão para o quarto de Luciana. Comer e ver filmes. Gustavo chega e se une as meninas para o dia do filme e guloseimas. 

***

No capítulo de hoje quero agradecer o Marcinho por ter me ajudado a entender de skate. Só assim para ter essas coisas que eu nada sabia no capítulo da Monise.
Valeu cara.
Beijão.


Um comentário:

Lilith disse...

ahh eu jurava que vc era um ex skatista, quando eu li todos os detalhes das manobras kkk so o marcinho mesmo !! =) ah um detalhe que achei engraçado. camisa de caveira é tipico de lesbica ?? !! kkkkk beijos andy. ta td otimo queridaa..